quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Assente, presente...

livre
sente
olhar distante
cai o dia
sente-se fria
vazia

gelado no corpo
outro
encontro
quente
fervente
cabeça assente

queria
vivia
espera e contesta
detesta
margens vazias
dizias

água
caída
no céu movida
vivida
sentida
querida

o rosto
exposto
como carne
no abismo
atirado
rondado
por abutres
desventrado

as formas
que tomas
não tornas a ver
mas vais querer
ter
viver
aparecer
na forma errada
desventrada
onde nada
é a resposta
dada, falada
revelada

cabeça assente
corpo ausente
crente
que sente
algo ousado
falado
suado
alado, ausente

corpo assente
cabeça ausente

© [2008] RR

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Memória distante...

São quatro da manhã
estou só e tu sem chegar
Saíste sem dizer nada
pela alvorada e sem deixar recado

Esqueço o tempo
não sei que horas são
Estás quase a chegar, pela madrugada
vens com a brisa que sopra de mansinho
que te abre o caminho
por entre as folhas
que lá fora, teimam em não me deixar passar

Calmo e denso, como o nevoeiro
chegas e sinto o teu cheiro
igual ao que guardo na memória
dos dias em que não estavas

© [2008] RR

terça-feira, 5 de agosto de 2008

River deep, mountain high...

Grande rio corre em paz, apesar do seu vigor
Marca o curso com rigor
Por isso os rios têm vida longa
Vai certo ao compasso do tambor...