terça-feira, 30 de setembro de 2008

Trinta...

São trinta os dias que contei
Mais trinta pretendo contar
Sejam horas, dias, meses ou anos
nada é demais enquanto se pensa
Ainda agora lá chegamos

O lado escuro não há
Branco é o dia como as nuvens
lá no alto, bem em cima, no céu azul

Querer algo só não basta
contar mais dias, meses ou anos
nunca é demais, se pensar, continuar
e não mais acabar, nos trinta e muitos
sejam eles horas, dias, meses ou anos

São trinta as fotos que tirei na minha mente
Dessas trinta escolhi uma
a que me mostra aquela expressão
de miúdo traquina que não fez nada
mas que por onde passa deixa saudade

Nestes trinta dias, que podem ser meses ou anos
Nunca se deve esquecer a distância dos afectos
que são como as nuvens brancas
lá no alto, bem em cima, no céu azul
Que mesmo separadas no bom tempo
se juntam nas tempestades
provocam aguaceiros
separam-se de novo e continuam
lá no alto, bem em cima, no céu azul
onde mesmo assim se vêem
e juntas estão por mais de trinta séculos
tantos quantos a brisa deixar.

© [2008] RR